sexta-feira, 13 de março de 2015

 Pteridium aquilinum.

BATISTA, Águida1; CAVALEIRO, Emerson2; SANTOS, Fabrício3; JESUS, Laura4.



                                                   (Fonte: http://www.gege.agrarias.ufpr.br/portal/plantas/pteridium.htm:)

1.    NOME CIENTIFICO
Pteridium aquilinum (L) Kuhn

2.    NOME POPULAR
Samambaia

3.    CARACTERÍSTICAS
É uma planta rizomatosa, com folhas grandes, de 60 a 180 cm de comprimento e 60 a 120 cm de largura. Bipinadas, com as pinas lobadas e glabras lanuginosas ferrugíneas na face dorsal. As folhas formam touceiras densas ou se estendem ao longo dos rizomas (GAVA apud CRUZ, 2004). O rizoma e seus rizóides, geralmente estão enterrados, garantindo à samambaia resistir às queimadas . O rizoma atua como órgão de armazenamento de nutrientes, podendo se expandir, facilitando a colonização e a fixação da planta no solo (FENWICK apud CRUZ, 2004).  

4.    PROPAGAÇÃO

A samambaia presente nas pastagens, relaciona-se com o manejo das terras, diminuindo quando os campos são cultivados, sem desaparecer completamente. Ela volta a aumentar quando o cuidado na terra é abandonado. O desmatamento florestal feito com fogo, incentivado pelas atividades agropecuárias, minerais ou madeireiras faz com que a samambaia se propague pelo campo, afetando o ecossistema do local e colocando em risco a atividade agropecuária (ALONSO-AMELOT apud CRUZ, 2004).

5.    PARTES TOXICAS
A concentração dos componentes tóxicos da Pteridium aquilinum varia com o tempo e parte da planta. A parte do ápice do broto de onde irá se desenvolver as folhas, é a região com maior quantidade de substâncias mutagênicas (HIRONO apud CRUZ,2004 ). Junta-se com Norizoma onde concentram-se altas quantidades do ptaquilosídeo (SAITO et al., 1989). Esta parte da planta tem resultados diferentes, a luminosidade nela e a variedade da planta podem interferir na concentração do ptaquilosídeo . Também, o tipo de solo, o clima e a área geográfica interferem na toxicidade, tanto entre as variedades, como em tipos da mesma.(ALONSO-AMELOT apud CRUZ, 1999). O maior nível do ptaquilosídeo é encontrado no broto e ocorre na a primavera declinando para o inverno (SMITH apud. 2004).
                                          (Fonte: http://http://www.ruminantes-vcm.fmvz.usp.br/samambaia.html)



6.    MECANISMO DE AÇÃO
Ptaquilosídeo (Pt) é tido como o principal componente ativo (carcinógeno) encontrado na Pteridium aquilinum, o Pt é um glicosídeo que em meio ácido da origem a Pterosina B e uma gradual aromatização não causando danos graves observáveis. Já em meio alcalino a produção de D-gllicose faz com que o Ptaquilosídeo seja convertido em dienona que nessas condições alcalinas constitui a forma mais ativa do carcínogeno, agindo diretamente no DNA, proteínas, e alguns estudos citam que o Pt exerce seu efeito nos tecidos hematopoiéticos.
Em equinos a Pteridium arachnoideum (espécie do gênero) o mecanismo de ação é diferente. Este tipo de samambaia causa a deficiência de tiamina devido a conter a enzima tiaminase, essa deficiência faz com que haja uma disfunção do ciclo de Krebs e futura diminuição na produção de ATP. A tiamina é fundamental para formação da coenzima pirofosfato de tiamina (PPT), sendo essa também essencial para formação da piruvato desidrogenase que vai atuar diretamente no ciclo de Krabs transformando o piruvato provindo da glicose em Acetil-CoA que terá a função de iniciar a primeira reação do CK. Ou seja, sem formação de PPT não ocorre atividade no CK e consequentemente não ocorre atividade da cadeia respiratória.


7.    ESPÉCIES ACOMETIDAS
Bovinos
Equinos
Ovinos
Aves
Roedores
Humanos



8.    SINAIS CLÍNICOS

Bovinos
Síndrome Hemorrágica Aguda (acometi animais jovens e Adultos):
Depressão da medula óssea, Febre, severa leucopenia, trombopenia, hiperemia, petéquias, hematoquezia, epixtaxe, dispneia, enterite hemorrágica e imunossupressão com possíveis infecções secundárias


                                                                                              (Fonte: http://w3.vet.cornell.edu/nst)

Hematúria enzoótica bovina:
Hemorragia segundaria vesicular urinaria, e tumores de parede de bexiga, urina de coloração avermelhada, prostração, anemia, emagrecimento e raramente incontinência urinária.

Equinos e Ovinos
Anorexia, sinais neurológicos, incoordenação motora, paralisia de membros, anemia e convulsões.

Aves
Aparecimento de opistótono, flexão de joelhos, incoordenação, fraqueza muscular ao ponto de não suportarem seu peso e petéquias .

  
9.    TRATAMENTOS
Na Africa do Sul durante um surto ocorrido no ano de (1968), foi adotada uma forma de tratamento para intoxicação com a Pteridium aquilinum (L) Kuhn, através de transfusão de sangue por redução acentuada de Eritrócitos e Leucócitos e terapia intravenosa com Sulfato de Protamina para neutralizar os efeitos anticoagulantes da Heparina. Um outro método seria a utilização de corticosteroides, por se tratar de um processo inflamatório agudo.
Uma nova tentativa de tratamento foi o uso do álcool batílico (5g em 50 ml de óleo de oliva), de modo a estimular a medula óssea, sendo uma dose de 10 ml da solução (1g por dia) por via subcutânea, diariamente, por cinco dias. Deve ser utilizada em combinação com o uso de um antibiótico de amplo espectro para impedir infecções secundárias devido à neutropenia. É pouco provável que o tratamento tenha sucesso nos casos avançados devido aos efeitos secundários da invasão bacteriana e hemorragia.
Na realidade não existem tratamentos eficazes para a intoxicação com Pteridium aquilinum (L) Kuhn.
Assim, fazendeiros e donos de rebanhos devem tomar providências profiláticas a fim de evitar novos casos de intoxicações, retirando do pasto os animais doentes, evitando a aglomeração de um número elevado de animais em piquetes que não são comuns aos mesmos, o que pode induzir ao consumo da planta, fazendo a remoção da samambaia das pastagens incluindo seus rizomas profundos, e efetuar a calagem (adição de cal virgem) do solo para a correção da acidez do mesmo, favorecendo assim o crescimento das espécies de capim adequadas às pastagens



10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Acesso: 06 de março 2015
      Acesso: 07 de Março 2015
       Acesso: 07 de março 2015
       Acesso : 06 de março 2015
        Acesso : 11 de Março 2015
        Acesso: 06 de março 2015

CRUZ, D. G; BRACARENSE, L. R. F. A; Toxicidade da samambaia (pteridium aquilinum), Revista Ciências Agrárias, Londrina, v. 25, n. 3, p. 249-258, jul./set. 2004.


HOJO-SOUZA, S. N; CARNEIRO, M. C; SANTOS. C. R; Pteridium aquilinum : O que sabemos e o que ainda falta saber,  revista Biosci. J., Uberlândia, v. 26, n. 5, p. 798-808, Sept./Oct. 2010.